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sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Plantar no coração

O coração dos homens é como um jardim de terra fértil. As sementes nele plantadas vingam, dão flores e frutos. Há sementes do bem, do bom e do belo e há sementes do mal, do mau e do que não traz beleza à alma humana.
Nem todos somos bons jardineiros. E mesmo os que o são, não o são todos os dias, nem estão imunes a dias sem sol, épocas de seca ou pragas. Mas todos podemos aprender a arte de jardinar. Para bem jardinar, há três saberes que não podem faltar:
O primeiro é a paciência. É preciso saber que nada nasce da noite para o dia; há um tempo para plantar, um tempo para cuidar e um tempo para colher.

O segundo é a sabedoria, o controlo e a cautela, para escolher as sementes certas, conforme os frutos que queremos ver nascer. Há um ditado que diz que quem planta ventos, colhe tempestades. Também, quem planta boas sementes, em terra fértil, colhe excelentes frutos.

O terceiro é a fé. Para semear, é preciso acreditar, sem ver, nas mais finas leis da natureza e saber que a semente, tarde ou cedo, irá vingar e florir, desde que não se pare de regar, cuidar e acarinhar. É também, necessário atentar a ervas daninhas e outras pragas, do mundo ou da alma.

Para ser um bom jardineiro, é preciso vocação. É preciso gostar de plantar, pelo ato de cuidar e não pela expetativa da colheita. Mais vale viver para plantar e colher sem o esperar, do que viver para colher e erradamente acreditar que se pode apressar ou forçar.

O voto de hoje? Boas sementeiras! Plante hoje. Nunca é tarde para começar a semear.

© Janice da Graça      

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Viver é uma escolha


Saudade


Foto: N.G.



SAUDADE

Hoje acordei ilhéu
Raso
Fustigado por ondas de todos os oceanos
No mundo perdido, sem país

Mas não é solidão
É saudade
Solidão é estar no meio de todos
E trazer um coração sem gente

Saudade é um coração de mar e sal
Ter à volta as ondas todas
Nela banhar todos os instantes do segundo
E ainda assim, morrer de falta de sal






© Janice da Graça