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sexta-feira, 13 de março de 2020

SÓ É LIVRE QUEM É HONESTO



Se quizeres ser feliz, precisas ser livre. Se quizeres ser livre, precisas ser honesto. Se quizeres ser honesto, precisas de coragem.

Primeiro, sê-te honesto. Arma-te de coragem suficiente para te "despires" em frente ao espelho da verdade e encarar de frente as tuas forças e fraquezas, acertos e falhas, bons e maus institintos: toda a tua luz e toda a tua sombra.

Depois, acarinha-te. Aceita que não és e nunca serás perfeito. Aceita a tua luz sem falsa modéstia. Aceita as tuas sombras sem autoflagelação. Entende que não és e nunca serás, nesta vida, perfeito. Assume-te como imperfeito, sem deixar de te amar por isso.

De seguida, entende também que não és uma rocha mas mais como um rio. Tu não és. Tu estás. Podes mudar. Constroí com o que tens de bom. Trabalha naquilo que tens de mau.

Finalmente, acarinha o outro, que de certa forma, também és tu, já que tudo o que emites, de uma forma ou outra, há de voltar para ti. Assume as tuas culpas; retira-as de debaixo do tapete da negação para onde os varreste ou dos ombros dos bodes-expiatórios em que os projectaste. Aceita-as. São tuas. Transforma-as em lições e evolução. Muitas vezes o desagrado que tens pelo outro é a projeção, nesse, de uma parte de ti que não queres encarar de frente. Tens o poder de o fazer e cabe-te a responsabilidade dessa tarefa. Negares-te é um ato de desamor. Negar as tuas falhas é fazeres-te fraco, vítima do destino e, a um tempo, carrasco, sentenciando outros pelas tuas falhas. Isso tudo é um muro entre quem és e quem queres ser, numa tentativa de criação da ilusão, para ti e para o outro, de seres já quem desejarias ser. 

Há uma relação de causa e efeito que comanda o universo. Saberes-te tu e seres tu, em cada momento, trará para ti o que precisas para seres quem queres ser e viver a vida que queres viver, sem o peso de culpas e medos conscientes ou inconscientes. Honestidade rima com liberdade. Nenhuma vida é mais livremente vivida do que aquela de quem vive em verdade.

terça-feira, 10 de março de 2020

O LAÇO



Senta-te aí
Ao pé de mim
Não digas nada
Não fales de me amar
Nem de não partir

Mas senta-te aí
Vem todos os dias
Chega à mesma hora
Não tragas pretextos
Não mandes desculpas

A cada dia que vier
Senta-te mais perto
Olha-me em silêncio
Embala-me num olhar tranquilo
De quem vem para ficar

Ao sétimo dia, quando vieres
Deixarei que me dês a mão
O meu olhar abraçará o teu
Criarei uma caixinha no coração
E guardarei o laço que a ti me prendeu

© Janice da Graça 

E SE O TEU CÉREBRO TE ESTIVER A PROTEGER DE SOFRER, IMPEDINDO-TE DE SER FELIZ?



Isso pode, a primeira vista, parecer estranho e controverso, mas estou em crer que, ocultas sob as nossas mais intensas rejeições, estão as nossas maiores vontades, as nossas coisas  mais sagradas.

Por vezes, dizemos que não. Recusamos. Repudiamos. Afastamo-nos. Nem sempre esse movimento vem do repúdio ao que rejeitamos/ abdicamos. Por vezes, vem de um tal sentido de importância e vontade, aliado a um medo inconsciente de se perder [e do vazio que fica depois de se estar tão cheio] ou de que não dê certo [e do penoso que é falhar quando realmente importa]. Enganamo-nos. E nem sempre sabemos. Mecanismos de auto-engano. A [des]confortável Zona de conforto. A pretensa indiferença. A corrida, a anestesia, a busca. A volta ao bilhar grande. A complexificação da coisa mais simples. A comodidade.

Não nos permitimos. Recordo-me, de repente, sobre um artigo que li, há algum tempo. Falava das cinco coisas que pessoas à beira da morte se lamentavam, escrito por uma enfermeira que cuidava de casos terminais. A mais frequente era: "arrependo-me de não me ter permitido ser mais feliz".

Para hoje, três votos, para todos nós:
1. que a sabedoria de entender o que o nosso coração tem, deveras, vontade, nos chegue antes que seja tarde;
2. que as armadilhas do nosso medo não nos desviem das nossas verdades, que o ego não cubra o ser e que a covardia disfarçada de tanto faz não nos afaste daquilo que verdadeiramente importa.
3. que nos permitamos ser felizes! É preciso permitir para que aconteça.

© Janice da Graça