NavbarHack

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

A NOITE





Espreito os poros da noite,
que se dilatam para engolir o dia:
cheira a vodca, vinho, coisas outras.
Perfume, humidade, calor? 

Vidas embaladas na cama do destino.
Camisas suadas,
em peles inquietas, que não dormem.
de mangas arregaçadas na urgência de viver.

Quem és tu à noite?
Quem és tu quando a lua é cheia e só te veem os teus? 

A noite cheira a poemas que não foram escritos.
Os versos são longos,
só se escrevem na pele,
que, lânguida, se estende ao sal, ao limão, à tequila.

Estaremos perdidos ou a encontrar-nos? 




© Janice da Graça      

Sem comentários:

Enviar um comentário