Se quizeres ser feliz, precisas ser livre. Se quizeres ser livre, precisas ser honesto. Se quizeres ser honesto, precisas de coragem.
Primeiro, sê-te honesto. Arma-te de coragem suficiente para te "despires" em frente ao espelho da verdade e encarar de frente as tuas forças e fraquezas, acertos e falhas, bons e maus institintos: toda a tua luz e toda a tua sombra.
Depois, acarinha-te. Aceita que não és e nunca serás perfeito. Aceita a tua luz sem falsa modéstia. Aceita as tuas sombras sem autoflagelação. Entende que não és e nunca serás, nesta vida, perfeito. Assume-te como imperfeito, sem deixar de te amar por isso.
De seguida, entende também que não és uma rocha mas mais como um rio. Tu não és. Tu estás. Podes mudar. Constroí com o que tens de bom. Trabalha naquilo que tens de mau.
Finalmente, acarinha o outro, que de certa forma, também és tu, já que tudo o que emites, de uma forma ou outra, há de voltar para ti. Assume as tuas culpas; retira-as de debaixo do tapete da negação para onde os varreste ou dos ombros dos bodes-expiatórios em que os projectaste. Aceita-as. São tuas. Transforma-as em lições e evolução. Muitas vezes o desagrado que tens pelo outro é a projeção, nesse, de uma parte de ti que não queres encarar de frente. Tens o poder de o fazer e cabe-te a responsabilidade dessa tarefa. Negares-te é um ato de desamor. Negar as tuas falhas é fazeres-te fraco, vítima do destino e, a um tempo, carrasco, sentenciando outros pelas tuas falhas. Isso tudo é um muro entre quem és e quem queres ser, numa tentativa de criação da ilusão, para ti e para o outro, de seres já quem desejarias ser.
Há uma relação de causa e efeito que comanda o universo. Saberes-te tu e seres tu, em cada momento, trará para ti o que precisas para seres quem queres ser e viver a vida que queres viver, sem o peso de culpas e medos conscientes ou inconscientes. Honestidade rima com liberdade. Nenhuma vida é mais livremente vivida do que aquela de quem vive em verdade.
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