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terça-feira, 2 de outubro de 2018

Jamais

(Este não é um poema de amor)




Terias sido vulgar, banal de tão igual
Não repousariam em ti meus castelos
Mas para mal de mim, cunhei-te inusual
Insinuante poema em versos singelos

Vives em mim nesse instante alucinado
Em que da vertigem descerrei meu amor
Sobressaltando meu coração calcinado
Que na paz da razão jazia sabedor

Cultivaste esperança, loiro milho de crer
De súbito em dúvida, trouxeste vendavais
Milho enegrecido já, partiste sem colher

Hoje não chove nos teus campos estivais
Despojei-te já do que não soubeste reger
Plantarei no lugar um roseiral. Milho jamais



© Janice da Graça     
In Poetas para o Ano Novo, 2017


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