Enche-me o peito!
Fecho os olhos,sorrio.
É meu.
Nada é tão meu como isto.
Porque só a mim me pertence,
entresourado, bem guardado no peito.
Em segredo.
Tão secreto como
aquilo que em voz alta não pode ser dito,
a mim de direito,
a chave de viver graciosamente.
Sorrio.
Sim, meu
Tão meu como as memórias,
doiradas na curva da vontade de morar aí.
Só eu as vejo.
Só eu as sinto [as vezes, DÓ eu as sinto].
Tão perto, que basta cerrar os olhos
e espreitar o coração.
Hamlet,
perdido e encontrado,
ressuscitado,
numa noite de verão.
Eu,
Sem nós.
E ainda cá está Dionísio [saúde!].
Sou eu que te falo, sem que precises cá estar.
É que vejam,
canta-me no peito
para o meu próprio deleite
e só eu o posso ouvir.
Tão secreto,
nem a ti, nem ao mundo,
a nota perfeita do SI em MI.
Tivesse o dom da chave de SOL
e faria disso música,
aos teus, vossos, nossos, ouvidos.
Mas hoje só [tudo] tenho o dom de ouvir,
decifrando,
segredos do meu rebelde coração.
Enche-me o peito!
Fecho os olhos,
sorrio.
É meu.
Nada é tão meu como isto.
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