NavbarHack

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

A DIGNIDADE E OS DIREITOS HUMANOS: UMA RELAÇÃO A ENTENDER PARA EDIFICAR UM MUNDO MELHOR


A dignidade é um conceito fundamental que permeia a essência da humanidade. É o que nos diferencia dos animais e nos eleva a um patamar de respeito e consideração. A dignidade é o que nos permite afirmar nossa individualidade, nossas escolhas e nossa capacidade de agir de acordo com nossos valores.

No entanto, em um mundo cada vez mais competitivo e individualista, a dignidade muitas vezes é esquecida ou negligenciada. As pessoas são tratadas como objetos, como mercadorias, como números. A dignidade é vista como um luxo, um privilégio que só alguns podem desfrutar.

Mas a dignidade é um direito humano fundamental. É um direito que todos nós temos, independentemente de nossa raça, etnia, gênero, orientação sexual, classe social ou qualquer outra característica. A dignidade é o que nos torna humanos. A dignidade é reconhecida como um direito fundamental na Declaração Universal dos Direitos Humanos, sendo abordada logo no artigo primeiro, que estabelece: "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade."  Essa afirmação inicial estabelece a dignidade como um valor intrínseco a todos os seres humanos, independentemente de qualquer outra característica. A partir dessa base, a Declaração Universal desdobra uma série de direitos e liberdades que visam garantir que a dignidade de cada pessoa seja respeitada e protegida.

Portanto, a dignidade não é apenas um conceito filosófico ou moral, mas sim um princípio fundamental que sustenta todo o edifício dos direitos humanos.

A dignidade é também a base de uma sociedade justa e equitativa. Quando respeitamos a dignidade de todos, estamos criando um mundo em que todos têm a oportunidade de prosperar. Estamos criando um mundo em que todos podem viver com dignidade.

A dignidade é uma escolha. Podemos escolher respeitar a dignidade de todos, ou podemos escolher desrespeitá-la. Podemos escolher criar um mundo em que todos são tratados com dignidade, ou podemos escolher criar um mundo em que a dignidade é negligenciada e a alegria da vida, portanto, negada.

A escolha é nossa. A responsabilidade nessa escolha tanto maior é quanto maior o grau de poder e influência das nossas ações na vida dos outros. Afinal, se temos o poder de impactar a vida dos outros, parece-me moralmente repugnante que esse poder seja usado para roubar as pessoas da sua dignidade.

Assim, este conceito e a sua relação com os direitos humanos e com o nosso papel na criação de um mundo melhor é um conceito que merece reflexão, apropriação e ação. É um conceito que pode nos ajudar a criar um mundo melhor para todos, sem deixar ninguém para traz, envolto em situações que o privem de vida. É um conceito que pode nos ajudar a sermos melhores pessoas.

Perguntas para reflexão:

  • Como posso respeitar a dignidade de todos?
  • Como posso criar um mundo em que todos são tratados com dignidade?
  • Como posso ser uma pessoa mais digna?

Ações para edificar dignidade:

  • Respeite a dignidade de todos.
  • Trate todos com igualdade e respeito.
  • Defenda os direitos humanos.
  • Crie um mundo em que todos possam viver com dignidade.

Viver de forma digna, escolher de forma digna e permitir aos outros a mesma dignidade pode ser um caminho para melhores relações interpessoais, maior igualdade e paz social.


Janice da Graça

Créditos da imagem: Image by Peter Schmidt from Pixabay

terça-feira, 16 de julho de 2024

UM AMOR E UMA CABANA

No final, no entardecer da vida,

hei de querer que o tempo seja lento,

que os dias sejam quase iguais,

cheios desses pequenos nadas,

que sabem a quase tudo:

 

um abraço que não quer acabar,

a minha mão na mão do meu amor,

a música nos dias e os dias em festa,

e, claro, o amor nosso de cada dia.

 

Para morar, depois de sentir o mundo,

hei de desejar uma cabana apenas,

que seja pequena e aconchegada,

do jeito certo para viver a amar,

que é mais ou menos assim:

 

um ambiente que convide o romance a ficar,

de cômodos pequenos e uma varanda ampla,

fincada no verde e no arco-íris do florido,

elevada, com vista para o céu e o mar.

 

Nos nossos dias, numa nota de vagar,

desejaria a metáfora do viver preguiçoso de um gato,

que se espreguiça tranquilo, ao lado de quem ama,

com a calma de quem vive na sua vontade,

que é como quem nunca se sente atrasado:

 

de manhã, preguiçar no calor dos braços do amor,

ao som dos pássaros que degustam a aurora,

sem nenhum pensamento que não seja o agora,

ou o tom do nascer-do-sol ao cheiro do café;

 

de tarde, pequenas grandes coisas,

como ter gente que soma laços ao lado,

desfrutar a solitude, vagando e criando,

ou saborear o pôr-do-sol, à luz das memórias.

 

a noite, distante do demasiado grande,

o banhar os olhos nas estrelas,

o dar os ouvidos à música e os sentidos à poesia,

a pele um no outro, amando nos sentidos e no corpo.

 

Para guardar, mais memórias do que coisas,

hei de desejar uma estória abundante de sentido,

das aventuras vividas pelo mundo,

ao bem que plantamos ou regamos na caminhada,

de luxos, apenas o que nos eleve a alma e aconchegue o amor:

 

a satisfação do propósito vivido,

o legado de uma vida feita com amor,

uma biblioteca, um jardim florido, uma criança bem-amada, presente para o mundo,

e, claro, uma cama para continuar a amar.








Imagem: pixabay 

segunda-feira, 1 de março de 2021

Angústia


Um poema de Janice da Graça
Com: Janette da Graça
Vozes: Janette da Graça e Jair Estevão
Adereços: Boss
Guarda Roupa: Janice da Graça
Fotorafia de Cena: Carla Rocha
Imagem: Djotch Ramos
Imagem do genérico: João Paradela
Som: David Medina e Valdir Brito
Produção: Janice da Graça e Teo Gabriel Ramos
Edição: João Paradela
Realização: Emanuel Ribeiro e Janice da Graça
Agradecimento: Sydnei Lucas
Pós-Produção: Eden
Projeto: Curtas de Poesia by Verbum Tactus

sábado, 15 de agosto de 2020

NADA É TÃO MEU COMO ISTO

Enche-me o peito!

Fecho os olhos,
sorrio.

É meu.

Nada é tão meu como isto.
Porque só a mim me pertence,
entresourado, bem guardado no peito.

Em segredo.

Tão secreto como
aquilo que em voz alta não pode ser dito,
a mim de direito,
a chave de viver graciosamente.

Sorrio. 

Sim, meu
Tão meu como as memórias,
doiradas na curva da vontade de morar aí.
Só eu as vejo.
Só eu as sinto [as vezes, DÓ eu as sinto].
Tão perto, que basta cerrar os olhos
e espreitar o coração.

Hamlet,
perdido e encontrado,
ressuscitado,
numa noite de verão.

Eu,
Sem nós.
E ainda cá está Dionísio [saúde!].

Sou eu que te falo, sem que precises cá estar.

É que vejam,
canta-me no peito
para o meu próprio deleite
e só eu o posso ouvir.
Tão secreto,
nem a ti, nem ao mundo,
a nota perfeita do SI em MI.

Tivesse o dom da chave de SOL
e faria disso música,
aos teus, vossos, nossos, ouvidos.

Mas hoje só [tudo] tenho o dom de ouvir,
decifrando,
segredos do meu rebelde coração.

Enche-me o peito!
Fecho os olhos,
sorrio.

É meu. 
 
Nada é tão meu como isto. 
 

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

A DANÇA




O Mar e a Praia abraçam-se, sob a lua.
Há um doce jogo de paixão nos gestos espumosos das ondas, que lambem a areia.
É a cadência articulada de dois corpos, apaixonados, que se roçam

Sem pressa. 
Sem des[canço].

Aprendi sobre ritimo e sobre constância.
A pressa é filha do medo
e o medo descende da falta de fé,
de um lado da linhagem
e do outro, da falta de coragem.

A onda, calma, é cheia de certezas
e é por isso que o mar sempre chega doce à areia:
sabe que esta o espera e nada há te tão seguro como querer ir e saber que se espera.

Encontro.
Descanço.

Já, em mar alto, 
tão longe de terra que se veja,
há tempestade.

A paixão é inquieta. A inquietude é apaixonada.

Tempestade é uma dança descompassada no palco da incerteza.

Aventura? 

Haja fé!

Foto: Laginha, Mindelo Cabo Verde

segunda-feira, 20 de julho de 2020

NA CORDA BAMBA II



Imagem: Reinhold Silberman

Entre trovões e lua-cheia,
réstia de luz.
Pendura-se ao fio da existência
último arfar, fé.

Calcorrea a calçada da humanidade,
no vagar calculado da pressa recém aniquilada:
reaprender a contar estrelas [missão],
dois mais dois nem sempre são quatro.

Quatro são os pontos cardeais,
que alma desbrava vendavais
e ecoam sussurros em catedrais.
De um teu, que é meu
e faz de nós
o alvorecer da esperança.

É que sabes,
por vezes um mais um,
são dois,
mas em outras raras [e explêndidas] ocasiões,
um mais um,
é apenas um.

Janice da Graça e Norberto Benjamim



Nota: o poema que acabou de ler foi escrito na sequência da partilha do poema "NA CORDA BAMBA" [https://verbumtactus.blogspot.com/2019/02/corda-bamba.html?m=1] na minha página no Facebook e do diálogo poético travado com o meu amigo escritor, Norberto Benjamim. 

Portanto, a duas "vozes", uma angolana [o Norberto] e outra Cabo-Verdiana [eu, claro], nasceu, assim, um novo poema.

sexta-feira, 8 de maio de 2020

MAGMA À LUA

[Em noite de super lua]

Quero dar-me à lua
Gemer com o vento quando for tua
Guardar pedaços estranhos para te sonhar
Sonharei a areia nua
De mão posta em nós
Onde em mim já não sou só eu
Levarei o sonho ao rubro
Trago em mim o fogo roubado
Que nos foi dado por Prometeu
Na quentura do meu magma
Afluindo do mar onde me fiz de ti
Fazem-se rios maiores que o Nilo
Enchem os meus vales de ardores
Lambendo as minhas margens sequiosas
Cobrem as minhas montanhas airosas
Grito aos deuses do Olimpo
E a quem mais me veio no grito


Imagem: pixabay