O toque do sinal dado pelo verbo que chama para a ação, qual cornetas ou clarins de um regimento (toque para pensar, toque para sentir, toque para agir), com Janice da Graça.
domingo, 21 de outubro de 2018
sábado, 6 de outubro de 2018
ADEUS (?)
Há bocado, sonhei contigo
Sentaste-te no meu colo, mas não me beijaste
Acho que são as coisas que me disseste
Tirando-te dos sonhos que vou sonhando
Já não repenso nossos momentos
Assusto-me um pouco
Será que já te vou esquecendo?
Que estranho foi isso tudo
Tanto tempo contigo sem te saber amar
Queria uma noite e uma ilusão de ficares
Dar-te-ia vinho
Ou quiçá champanhe
Recitar-te-ia um poema de amor
Olharia nos teus olhos, mas não te faria minha
Diria Adeus, assim, deste mesmo modo bonito
que me amaste
Mas a ampulheta virou e já não temos tempo (?)
Em ti é o tempo de outro
E dos sonhos que o mundo te manda sonhar
Em mim não sei ainda que tempo será
O mundo nunca me soube mandar
e a minha bússola sempre foi a minha vontade
(que se partiu de repente; Não tive ainda
tempo para concertar)
O ontem se despede e o hoje se insurge ao
amanhã
Tenho um mundo de escolhas
E nunca fui boa a escolher
Lançarei o dado do destino
Na encruzilhada do tempo que se vai
E do tempo que vem
Partes
E eu irei logo de seguida
Levarei o coração na mala e não no peito
Há uma vida que me espera
Já vou tarde e não sei, ainda, lá chegar
Vivo suspensa, eu que sou mais pensamento do
que corpo
Vou a voar, chegarei em algum lugar,
Mas não sei se saberei ficar
Só tenho asas, nunca soube fazer ninhos
Nada sei de chão, chão eras tu, que partiste
Talvez viva a vida a voar,
Como os dois pássaros que tenho tatuados na
pele, lembras-te?
Talvez te volte a ver e eu já seja outra,
Que nem um Adeus bonito saberia dizer
Talvez nunca mais te veja,
Esquecerei então todos os momentos maus
Guardarei os sorrisos e os gemidos
Entretanto, faço-te um poema
Os poemas sempre ficam.
Este ficará para te amar,
quando o tempo já não contar.
In O Dramaturgo, a Loucura e a
Normalidade
Inédito
sexta-feira, 5 de outubro de 2018
Reinventar-me
Sento-me à beira da minha alma
E devagar espreito
Olho-me por dentro, com calma
Traço o meu auto-conceito
Procuro batizar o momento
Adivinhar o caminho
Rotular o sentimento
Neste meu reino em desalinho
Há um claro discernimento:
Eu mando e desmando
Não obedeço a nenhum comando
Eu só funciono amando
Sou a Alice do meu País das Maravilhas
Num eu que amanhã não serei
Sobra-me curiosidade para percorrer milhas
Um pouco de tudo comerei e beberei
Pequena ou crescida
Nova todos os dias serei
Tanta curiosidade tenho pela vida
Que várias vezes nascerei
De régua e esquadro em punho
Procuro completar o traçado de ontem
Mas nesta alma com um novo cunho
Coexistem sonhos do amanhã e anteontem
Preparo-me para colorir a tela
Pintar a vida de aguarela
Então noto que já sou tinta-da-china
Num clic,
vi-me mulher mas sei-me menina
Do passado só trago o sorriso
Vivo o presente no improviso
Para o futuro, só levo o que preciso
E assim
me reinvento, sem prévio aviso
Fotografias: Bob Lima
Fotografias da Gopro: Olivier Laugero
Voo: Olivier Laugero, kagou flying boat, em São Vicente, Cabo Verde
Agradecimento: Emiliano Carvalho
terça-feira, 2 de outubro de 2018
LEIS DE INTERESSE CULTURAL E ARTÍSTICO EM CABO VERDE
Conhecer a legislação ligada a áreas do nosso
interesse é importante, posto que estes diplomas nos oferecem informação e
orientação, o que poderá ser determinante no sucesso dos nossos interesses.
Dedicado aos artistas, autores, agentes
culturais e a qualquer outro individuo que possa ter interesse nessas matérias,
este artigo apresenta, assim, uma listagem de diplomas legais referentes a matérias
de interesse para essas classes, já vigentes ou ainda em fase de preparação.
Como bónus disponibilizo, ainda, em anexo, os
ditos diplomas.
A. DOCUMENTOS EM VIGOR
Lei
dos direitos de autor e direitos conexos - decreto-legislativo nº 1/2009, de 27 de abril,
alterado pelo decreto-legislativo nº 2/2017, de 16 de novembro – note-se que
esta se trata de uma lei fundamental, não requerendo regulamentos adicionais, o
que realça a sua importância no panorama legal;
Lei
da Cópia Privada - lei nº
118/VIII/2016, de 24 de março;
Estatutos
do Fundo Autónomo de Apoio à Cultura e Indústrias Criativas (FACIC) - decreto regulamentar nº 2/2018, de 7 de março;
Bureau Export da Música e Bens Culturais de Cabo
Verde (BEM-CV) - portaria nº 62/2014, de 17 de dezembro;
Código
dos Benefícios Fiscais - lei nº
26/VIII/2013, de 21 de janeiro, alterado em 2018 – especial atenção aos
artigos 6º, 7º, 33º a 37º, 39º, 52º e 57º;
Regulamento
de registo das obras literárias, artísticas e científicas - portaria nº 9/2018, de 19 de março);
Estatutos
do Artesão - decreto-lei
nº 59/2015, de 20 de outubro;
Estatuto
do IGQPI (Instituto de Gestão de Qualidade e Propriedade Intelectual) - decreto regulamentar nº 35/2014, 5 de dezembro;
Estatutos
do Centro Nacional das Artes, Artesanato e Design (CNAD) - decreto-lei nº 26/2018, de 24 de maio;
Convenção
de Berna relativa à proteção de obras literárias e artísticas - Cabo Verde é Estado membro da Convenção.
Para baixar os documentos descritos, clique
no link que se segue: https://drive.google.com/open?id=1dKaTcOm51sZ0tpTGd_LYh3RRDXNY8btB
B. DOCUMENTOS AGENDADOS PARA DISCUSSÃO NO
PARLAMENTO
Numa perspetiva de regular aspetos que não
foram ainda abordados legalmente ou se encontrem enquadrados de modo
insipiente, estão já agendados para discussão, ou em fase de preparação, outros
diplomas. Os três diplomas infra citados estiveram agendados
para discussão na sessão parlamentar do mês de Julho do ano corrente, no
entanto, posto o excesso de tempo que foi consumido com outras questões, a sua
discussão foi adiada, estando previsto o seu reagendamento para o corrente mês
de Outubro, com a retoma dos trabalhos parlamentares:
Lei
das Entidades de Gestão Coletiva do direito de autor e direitos conexos
Tratado
de Marraquexe
Tratados
“Internet”
C. DOCUMENTOS EM FASE DE PREPARAÇÃO
Finalmente, ainda em fase de
elaboração, temos três diplomas que já têm dado que falar no panorama cultural
Cabo-Verdiano. A saber:
O
Estatuto do Artista – este
documento esteve, nos meses anteriores, em fase de discussão com os artistas e
agentes culturais nas diversas ilhas. O Verbum Tactus foi ao terreno ouvir
a discussão. Aguardem, para breve, um artigo a respeito;
Lei
do Cinema e do Audiovisual;
Regulamento
das casas de espetáculo.
Leu? Foi útil? Partilhe com pessoas a quem isso possa,
também, ser útil. Se tiver algo
a dizer (sugestões, comentários ou questões), está desde já convidado a
fazê-lo.
Nota - Agradeço, neste
artigo a preciosa colaboração do Sr. Júlio Leite Mascarenhas, Assessor
Jurídico do Ministério da Cultura e Industrias Criativas, pelos
esclarecedores inputs e cedência dos diplomas legais anexos a
esta publicação.
Jamais
(Este não é um poema de amor)
© Janice da Graça
In Poetas para o Ano Novo, 2017
Terias sido vulgar, banal de tão igual
Não repousariam em ti meus castelos
Mas para mal de mim, cunhei-te inusual
Insinuante poema em versos singelos
Vives em mim nesse instante alucinado
Em que da vertigem descerrei meu amor
Sobressaltando meu coração calcinado
Que na paz da razão jazia sabedor
Cultivaste esperança, loiro milho de crer
De súbito em dúvida, trouxeste vendavais
Milho enegrecido já, partiste sem colher
Hoje não chove nos teus campos estivais
Despojei-te já do que não soubeste reger
Plantarei no lugar um roseiral. Milho jamais
© Janice da Graça
In Poetas para o Ano Novo, 2017
segunda-feira, 1 de outubro de 2018
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